Sebastian Stan deu nova entrevista ao site LA Times, falando novamente sobre sua carreira, projetos passados e futuros, além de Anthony Mackie, Anthony Russo e Joe Russo elogiando o ator. Confira a entrevista traduzida:
Quando criança, Sebastian Stan ocupou mais países do que a maioria das pessoas ocupa casas. Com 8 anos, mudou-se da cidade nativa Romênia para Viena, e depois, 4 anos depois, para Nova York.
Agora com 33, Stan não acha que essas mudanças eram sempre saudáveis. Mas podem ter o ensinado o limite psicológico para entender personagens que mudam de uma forma para outra.
“Foi difícil. Você está habitando diferentes mundos, falando línguas diferentes,” Stan disse em entrevista. “Mas de certo modo me ajudou. Quando você é jovem você só quer se encaixar. Daí você cresce e percebe que o que aconteceu foi você se acostumar com ser diferente.”
Stan é um homem preso entre dois mundos no filme de Anthony e Joe Russo ‘Capitão América: Guerra Civil’. O novo e renomado filme de super heroi tem Stan revisitando seu papel como James ‘Bucky’ Barnes, conhecido como Soldado Invernal. Como os fãs dos filmes sabem, Barnes era um respeitado militar e amigo de infância de Steve Rogers, sofrendo mais tarde uma lavagem cerebral para trabalhar como um instrumento de tortura humano, antes de lembrar seus podres e procurar redenção.
Barnes continuará a evoluir, assim como a significância de seu papel para o MCU. O personagem em “Guerra Civil” se torna, graças a ações passadas, a chave final para a tensão entre os rivais Homem de Ferro/Tony Stark e o Capitão América de Rogers. Ele é, realmente, o pivô em volta de qual toda a ação gira.
Enquanto Stan come um hambúrguer em um restaurante próximo ao seu apartamento em Manhattan em uma recente tarde de sexta feira, ele mostra pouca preocupação para um homem cujas ações estão para ser vistas e julgadas por milhões de pessoas pelo mundo.
Seu longo cabelo cai na altura do queixo, um boné na sua mão e sua face veste algo que não é exatamente uma barba. Um par de sapatos casuais de grife são a única pista de alguém com um trabalho renomado.
Stan mudou-se recentemente para a vizinhança, e está tirando uma folga da vida na mídia que não era exatamente típica de seus papeis passados como em “Gossip Girl”, “Once Upon a Time”, e alguns projetos de teatro em Nova York. Em alguns dias ele aparecerá no GMA pela primeira vez e pronto para embarcar no circuito de apresentadores de programas noturnos (Stephen Colbert, James Corden), geralmente reservados para pessoas mais valiosas do Super Bowl.
É apenas justo para o ator que, depois de se formar em um programa de teatro na New Jersey’s Rutgers University, só queria se manter ocupado.
“Eu realmente queria trabalhar. E por um longo período isso foi uma chave de agitação,” ele diz. “Nunca tive muito controle dos trabalhos que conseguia. E de certa forma, não importava.”
Agora, depois de ser apenas uma parte auxiliar na grande máquina que é a Marvel, ele está para se tornar uma engrenagem essencial. E como um homem de passado dividido, ele tem duas ideias sobre isso.
Pensativo com traços sérios, o ator fala entusiasmado sobre o universo dos quadrinhos, adicionando a história dos cinemas de um modo que poderia animar até os mais cansados de super herois. — “esses filmes são como ‘Star Wars’ ou ‘De Volta Para o Futuro’ de nossa era. As pessoas olharão para trás daqui a 20 ou 30 anos e dirão ‘Cara, esses filmes eram ótimos.’ É uma estampa no tempo em que nos encontramos.”
Mas Stan pode também pareccer ambivalente sobre ter um papel pessoal em ajudar a roda capitalista a girar, oferecendo um ceticismo que seria refrescante para o público geral, e sem dúvidas, desesperador para seus agentes.
“Tem uma hora que você diz, ‘O que é a minha vida além de viajar por aí de primeira classe?” Ele diz. “Você pensa e diz ‘Talvez haja algo a mais.'” Ele diz que ainda não descobriu o que é, mas pelo menos deve significar outros, muito diferentes, tipos de papeis, incluindo dramas que requirem transformações físicas e mais teatro. Um nome que vêm frequentemente com Stan é Joaquin Phoenix, e se sente uma admiração nele pelo ator conhecido pelas suas metamorfoses.
Anthony Mackie, que interpreta o Falcão nos filmes do Capitão América e tornou-se um bom amigo de Sebastian na tour de divulgação de “Soldado Invernal”, diz: “Estrelismo não é algo que Sebastian considera uma emoção humana.”
Claro, esses ideiais tem um modo de desaparecer com a fama e riqueza de um blockbuster. Falar com Stan nesse momento é falar com alguém cujo arco das histórias contém um certo nível de incerteza; não há muitas pistas de onde ele se encaixará nos atores dramáticos da Marvel. Ele será como Mark Ruffalo? Ou Chris Hemsworth?
E o quanto ele procurará se tornar uma face conhecida como alguns que o cercam em ‘Guerra Civil’? Anonimidade é legal, mas sem reconhecimento, não tem muitas vantagens.
Pelo menos, há muito a mastigar nesse papel. Stan vê no Soldado Invernal algumas lições, como em muitos personagens do MCU. Se Stark representa os medos e esperanças de um futuro tecnológico, e Homem Aranha sintetiza um estado de juventude perpétua, Bucky oferece outro paradigma.
“Tem muito em Bucky que é relacionável ao nosso mundo,” Stan disse. “Esse lugar ambivalente em que ele se encontra. Deveria o governo ter controle das coisas de um modo diferente? Ou se trata de indivíduos e liberdade?”
A falta de uma resposta clara está codificada no estilo de atuação de Sebastian. Mackie aponta que o ator “tem uma habilidade nata de fazer as pessoas quererem assistí-lo. É uma qualidade carismática que é difícil explicar ou ensinar.”
“Ele tem o papel mais difícil,” Mackie adiciona. “A maioria dos atores interpretaria Bucky de um modo que te faria querer matá-lo no final. E Sebastian te coloca em uma posição na qual você está despedaçado por ele.”
Joe Russo chama a performance de Stan de “a mais complicada de todas dos filmes da Marvel, porque ele essencialmente interpreta três personagens — Bucky, o Soldado Invernal e agora esse personagem no meio termo.”
Anthony Russo disse que Stan trouxe essa nuance física na atuação que os fez confiantes a aumentar seu papel. “Ele fez coisas em “Soldado Invernal” que nos impressionou, encontrando maneiras de impulsionar um personagem complexo mesmo sem muitas oportunidades de falar,” disse o co-diretor.
A ética de Stan pode vir em parte pela sua herança romena. O ator fala inglês fluente e sem nenhum traço de sotaques, e ele não voltou para a Romênia em mais de uma década (não deixou muita família por lá). Mas pelo menos sua perseverança pode derivar de sua vivência em um país comunista. Como filho único, Stan idealizou as noções da América em si desde cedo.
“As coisas que aprendi com meus pais, o que estava realmente infiltrado na geração deles, é essa ideia de oportunidade e a liberdade de ter oportunidade. O modo que os Estados Unidos via isso era de um modo que você tem a chance de fazer qualquer coisa, de dizer, ‘Essa é minha ideia, vou te oferecer e se você gostar, posso lucrar com ela.’ Foi o motivo de eles me encorajarem a atuar também, pela facilidade que era fazer isso aqui.”
Stan trabalhou em muitas produções teatrais no ensino médio, antes de entrar em Rutgers e a procura de trabalho um tempo depois.
Em um desses projetos, uma apresentação na Broadway chamada “Talk Radio” em 2007, Sebastian era parte da história sobre um discotecário local prestes a se tornar famoso e as complicações que se seguiram. Stan sente que está vivendo uma versão disso agora.
“Acho que fica mais difícil quando você faz mais sucesso,” ele diz. “Quando o sucesso acontece, você precisa descobrir a resposta da pergunta ‘O que eu farei pra me destacar?’ porque depois você começa a ser visto como ‘uma coisa’. Que é parte de você. Mas não é realmente o que você é.”