THE CUT – Quando o Corona Vírus chegou a Nova York no início de Março, os ricos fugiram. Em massa, celebridades, influenciadores e outras pessoas mais afortunadas foram para suas casas de férias ou permaneceram nos locais onde já estavam passando férias. Sebastian Stan não foi uma dessas pessoas. Por mais ansioso que ele tenha ficado, por mais que ele odeie o Zoom e tenha conhecido a fundo toda e qualquer parte do seu apartamento, ele me diz que não consegue imaginar deixar NYC.
Falamos com o ator de Capitão América no telefone semana passada. Ele está passando a quarentena sozinho na cidade e têm entrado no mundo da fotografia. Ele é o primeiro a admitir que é iniciante, mas tirar fotos de Nova York o ajudou a se sentir melhor sobre tudo.
Abaixo, uma conversa com Stan sobre fotografia, o que NY significa pra ele e porque ele achou tão importante ficar na cidade.
Como você começou a tirar fotos?
Tenho feito corridas pela cidade bem cedinho, quando não há quase ninguém na rua. E assim eu comecei a tirar umas fotos – isso fez eu me sentir melhor sobre estar aqui durante esse período. Todos nós estamos lidando com isso do melhor modo que conseguimos. Todos estão fazendo o seu melhor, e todos tem sua própria versão disso. Então eu acho que fotografia é parte da minha. Tenho essa lente ótima, uma pequena coisinha que você coloca no iPhone e assim você consegue incluir mais coisas na foto. Eu estava fazendo mais pra mandar pros meus amigos que vivem aqui mas saíram na cidade, falando tipo, “Ei, lembre-se de onde você é.”
Falando de seus amigos que deixaram a cidade, você realmente poderia ir pra qualquer lugar agora. Por que escolheu ficar?
Aqui é minha casa. Não tenho outro lugar pra fugir. Pessoas que não moram aqui, imaginam que seja um local solitário. E realmente pode ser, mas não tanto assim. Sinto um orgulho enorme de estar aqui, porque é onde eu moro. Estou em um relacionamento com essa cidade, de certa forma. Ela tornou tanta coisa possível pra mim nesse país, e eu não quero abandoná-la.
Quando você se mudou pra Nova York?
Após a faculdade, em 2005, e morei aqui desde então. Eu vim da Romênia, e quando viemos pela primeira vez aos EUA, minha mãe se apaixonou por Nova York e ficou determinada a achar um modo para nós morarmos aqui. Eu lembro de visitar quando era pequeno, e ela me passou essa ideia da cidade, tipo: É daqui que você vem, e é aqui que você vai se inventar, é aqui onde você vai vencer na vida. Aqui é onde você sobrevive.
Você tem um prédio favorito ou local favorito em Manhattan?
Eu sempre amei o West Side Highway. Eu andei por lá enquanto enfrentei todo tipo possível de problema, celebração, alegria ou depressão. Tipo, tudo que você possa imaginar. Eu andei pela Sétima Avenida de cima a baixo.
Como você acha que será a cidade quando a pandemia acabar?
As pessoas aqui vão encontrar o seu caminho e continuar se conectando naquela forma bem específica que só acontece em Nova York. A coisa sobre essa cidade é sua resiliência interior. As vezes, durante as minhas corridas, eu passo por outra pessoa que está correndo e ela me olha e levanta o punho, tipo “Aqui estamos. E estamos passando por isso.” E tem algo poderoso sobre isso. Algumas semanas atrás, eu estava andando e passei por uma velhinha que estava cantando “New York, New York”, de Sinastra. Eu escutei do final da rua e ela estava na janela. Ela deveria ter uns 70 anos e estava tipo “Vamos, vamos lá!”
O que é a primeira coisa que você quer fazer quando as coisas voltarem ao normal?
Honestamente, quero ir a uma cobertura de algum prédio no Brooklyn e ouvir uma música alta, olhando Manhattan. E tomar um drink, olhar o pôr do sol, ouvir a música e dizer “ESTAMOS DE VOLTA!”